domingo, 14 de outubro de 2012

Porque Indústria Química?

Um mundo de moléculas, átomos, elétrons e prótons a serviço da humanidade! As fábricas modernas fabricam seus produtos em processos onde as reações se passam dentro de equipamentos, motivadas muitas vezes por potentes catalisadores, otimizadas e controladas por sistemas digitais de controle distribuído – SDCDs, garantidas por sistemas instrumentados de segurança, transformando o que no passado chegava a ser empírico, e baseado na experimentação, em processos automatizados invisíveis onde os produtos, correndo por tubulações, tanques, carretas só serão visíveis ao consumidor, que nem imagina quantos processos e pessoas foram necessários para produzi-lo, na hora do consumo. Via de regra os desodorantes, sabonetes, xampus, o plástico, os aditivos, os tensoativos, os adjuvantes, os defensivos agrícolas e uma infinidade de outros produtos químicos espalhados pela casa, pelo escritório, nos carros, passando por flavorizantes até produtos sofisticados da indústria farmacêutica, são consumidos pelas gerações que se sucedem sem que saibam exatamente a sua origem, as suas tecnologias e as suas virtudes. Só se enxergam as chaminés! A química como aprendemos na escola, na pesquisa de cátions e anions, parece mágica ou feitiçaria. Na “viragem” de cores, nas novas moléculas e nas aplicações, podemos observar a natureza se transformando, através das inúmeras possibilidades de reações químicas transformando sal de cozinha em cloro, que possibilita, além de ativar o sabor das coisas com com o seu uso prosaico, também tratar água para consumo humano com o poderoso cloro. Se vamos “aprender” como o Sódio está ligado ao Cloro no sal de cozinha temos que acreditar sem ver, que os elétrons circulam pelos dois núcleos tornando a molécula do cloreto de sódio, o sal de cozinha num produto comestível. Separados os cátions e anions, tornam-se tóxicos e perigosos. O sódio com reações explosivas em contato com a água e o cloro matando todos os bichinhos que podem contaminá-la! Contraditório, não? A Quimica, como qualquer outra tecnologia, oferece bem estar social e qualidade de vida, mas também precisa ser controlada, regulamentada e principalmente compreendida. A energia elétrica é um exemplo disso. No inicio da sua utilização era comum saber qua alguém ficou grudado na torneira do chuveiro, ou que uma casa queimou devido a um curto circuito nas instalações. A aviação civil é outro bom exemplo! Qualquer tecnologia, ou atividade humana oferece riscos e beneficios que desafiam a nossa inteligência na medida que na sua infância, criam situações difíceis de serem avaliadas no tempo, e para atingir a maturidade as vezes exigem sacrifícios de algumas gerações. Thomas Malthus vaticinou há 200 anos, que o mundo morreria de fome, pois a população cresceria em progressão geométrica, e acertou na afirmação sobre o crescimento. Disse também que a produção de alimentos cresceria em progressão aritmérica e errou feio. Errou porque? Por que não acreditou e nem levou em consideração o desenvolvimento tecnológico onde os defensivos agrícolas e os fertilizantes químicos possibilitaram a erradicação de pragas e plantações em larga escala. Merlin, como tantos outros alquimistas da idade média buscava a pedra filosofal, que de acordo com a lenda provocaria uma transmutação, transformando qualquer metal inferior em ouro. A química, através de suas fábricas conseguiu isso transformando materiais de pouco valor em produtos que as vezes valem mais que o ouro. No mundo real da química e de qualquer outra ciência, as pedras filosofais foram aparecendo através de muitos experimentos rústicos e de muitos acidentes, que através da persistência e da inteligência humana se tornaram conhecimento, que se transformaram em tecnologias, e vão mudando a realidade a natureza, os usos e costumes e possibilitaram a existência dos grandes complexos industriais. O ser humano, que criou tudo isso, tem a responsabilidade do uso consciente de toda essa maravilha preservando a natureza e o meio ambiente. FRuiz -publicado na revista “engenharia brasil alemanha” edição n°1/2012

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Os sistemas sócio técnicos

Esses sistemas na indústria representam a interface entre o homem e a máquina. Nesses processos de interação, o homem, através de sua inteligência impõe a maquina condições que representam os seus interesses, e que ela – a maquina – através das suas funções preestabelecidas, vai conseguir desenvolver desde que as suas “partes” sejam garantidas, caracterizando um sistema técnico, que pode ser decomposto, verificado, mantido e aferido. O sistema social onde a mente habita, é caracterizado pela vontade do homem, pela sua inteligência e não pode ser decomposto. O pensamento, as ideias e os ideais, vão influir decisivamente no resultado da ação, mas não podem ser analisados pelos sentidos do homem. Essa interação pode ser mais complexa e até caótica se adicionarmos o elemento filosófico nesse sistema. De fato, o que podemos medir e avaliar num sistema sócio técnico filosófico é somente o técnico e nos outros podemos inferir e julgar através dos sistemas sociais desenvolvidos pelo homem para garantir que as regras de conduta, ética e moral sejam aplicadas construindo um discernimento correto para aquela imposição inicial do homem. Francisco Ruiz

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Teoria das Frestas – Uma visão filosófica! A fresta é o espaço onde o ser tem a resiliência máxima, e onde ele pode transgredir!
Nos sistemas complexos industriais, como por exemplo, as indústrias químicas, e especialmente dentro dos cenários críticos e catastróficos, o ser tem o seu espaço reduzido, através dos sistemas tecnológicos de segurança, dos procedimentos, dos programas comportamentais, onde as regras prevalecem, fazendo com que ele, o ser, através de todos esses bloqueios não execute ações baseadas em conhecimentos tácitos ou baseadas em experiências vividas. A fresta pode ser definida como tudo aquilo que não foi previsto no projeto e que num determinado momento, emergem, especialmente nos sistemas complexos, com consequências não previsíveis, e exigem ações que não foram previstas fazendo com que o operador tome uma “decisão de sacrifício”, onde ele, em solitário, assume todos os riscos que não foram previstos pelo projetista. Nesse momento, o ser se transforma no “homem neuronal” que através das suas idiossincrasias, daquilo que ele realmente é, da sua essência, toma decisões baseadas unicamente nos seus valores, nas suas crenças, no que ele acredita, e preenche o espaço deixado para ele, pelo sistema social que ele habita. Nesse pequeno espaço proporcionado pelo sistema, ele pode “ser”, ele é onipotente, ele transcende, e nele, ele realiza aquilo que sua natureza lhe diz para fazer. O Sistema de Gerenciamento de Processo Baseado em Risco, com seus múltiplos elementos, ainda não consegue atingir essa área demarcada onde o ser é! E é nesse espaço - “dasein” - que o ser no mundo encontra o seu “eu”. Parece complicado, mas não é, é somente complexo, e os estudos sobre engenharia de resiliência tangenciam essas questões que são mais bem compreendidas com os estudos de vanguarda dos neurocientistas. Francisco Ruiz

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Em Segurança de Processo, bola na trave pode ser gol, se tivermos conhecimento dos quase acidentes e fizermos uma analise critica dos motivos dessa “sorte” que tivemos. Todos que trabalham dentro da indústria, na fronteira onde as coisas acontecem, sabem quando um respingo de um vazamento espúrio passou perto, ou quando um evento põe em risco um equipamento ou mesmo quando através de uma ação errônea colocamos em risco uma operação unitária. Relatar e estudar essa “bola na trave” pode fazer toda a diferença. Na minha experiência pregressa, no inicio da carreira, protagonizei vários “near misses” onde o fator “sorte” garantiu o resultado, e nem sempre esses eventos foram reportados adequadamente. Pequenos detalhes, que os ergonomistas chamam de micro incidentes, observáveis somente por quem conhece profundamente a realidade podem transformar essa bola na trave em tremendo gol para a segurança dos processos industriais. Há noticias de empresas que começaram a levantar esses indicadores de quase acidentes, que se surpreenderam com a quantidade de oportunidades de melhorias e até pensaram em voltar atrás, dada a quantidade de eventos que foram reportados, mostrando que o seu sistema antes tão robusto, mostrava uma fragilidade. E esses micros incidentes podem acontecer também nas áreas de apoio, quando um instrumentista percebe um pequeno erro na calibração de um instrumento importante, capaz de comprometer a segurança daquela camada de proteção, obrigando-o a fazer nova calibração sem medo de atrasar a partida da planta. As pressões psicológicas do meio ambiente e a cultura organizacional muitas vezes levam o profissional a não reportar a falha ou o incidente. Nesses casos, como dizem os ergonomistas, essa “decisão de sacrifício” é tomada criando um sofisma que não permite que se chegue a raiz dos problemas criando uma cortina de fumaça onde todas as mazelas do sistema tendem a se abrigar. Nesses casos, só o principal executivo daquela fábrica ou daquela organização tem a prerrogativa de mudar essa situação agindo com coragem e desprendimento, ativando e motivando os profissionais a reportarem esses eventos, capacitando-os, criando condições de controle e resposta de forma que o sistema não seja entendido como uma forma de punição e controle. Dessa forma transformamos uma bola fora numa bola dentro!

terça-feira, 24 de julho de 2012

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Foi realizado de 3 a 5 de julho a Quarta Conferência Latino America de Segurança de Processo - CCPS - IBP - ABIQUIM, organizado pelo IBP, com apresentações de trabalhos produzidos por profissionais da indústria química e petroquimica brasileira, bem como das áreas de refinação e produção de petroleo da Petrobras. Participaram também profissionais da área nuclear com apresentações de excelentes trabalhos. Estiveram presentes cerca de 470 profissionais de todas ás áreas técnicas das indústrias, mostrando a importância do tema Segurança de Processo. Só a Petrobrás levou cerca de 100 profissionais com destaque para a área de prospecção "off shore". O tema principal da Conferência foi "Disciplina Operacional", e os paineis foram "Indicadores de Performance em SEPRO", e Educação em SEPRO onde professores e representantes de Universidades debateram a necessidade de inclusão de Segurança de Processo nos curriculos dos cursos de Engenharia Química. Enfim, foi um sucesso!

Seguidores