quarta-feira, 25 de julho de 2012

Em Segurança de Processo, bola na trave pode ser gol, se tivermos conhecimento dos quase acidentes e fizermos uma analise critica dos motivos dessa “sorte” que tivemos. Todos que trabalham dentro da indústria, na fronteira onde as coisas acontecem, sabem quando um respingo de um vazamento espúrio passou perto, ou quando um evento põe em risco um equipamento ou mesmo quando através de uma ação errônea colocamos em risco uma operação unitária. Relatar e estudar essa “bola na trave” pode fazer toda a diferença. Na minha experiência pregressa, no inicio da carreira, protagonizei vários “near misses” onde o fator “sorte” garantiu o resultado, e nem sempre esses eventos foram reportados adequadamente. Pequenos detalhes, que os ergonomistas chamam de micro incidentes, observáveis somente por quem conhece profundamente a realidade podem transformar essa bola na trave em tremendo gol para a segurança dos processos industriais. Há noticias de empresas que começaram a levantar esses indicadores de quase acidentes, que se surpreenderam com a quantidade de oportunidades de melhorias e até pensaram em voltar atrás, dada a quantidade de eventos que foram reportados, mostrando que o seu sistema antes tão robusto, mostrava uma fragilidade. E esses micros incidentes podem acontecer também nas áreas de apoio, quando um instrumentista percebe um pequeno erro na calibração de um instrumento importante, capaz de comprometer a segurança daquela camada de proteção, obrigando-o a fazer nova calibração sem medo de atrasar a partida da planta. As pressões psicológicas do meio ambiente e a cultura organizacional muitas vezes levam o profissional a não reportar a falha ou o incidente. Nesses casos, como dizem os ergonomistas, essa “decisão de sacrifício” é tomada criando um sofisma que não permite que se chegue a raiz dos problemas criando uma cortina de fumaça onde todas as mazelas do sistema tendem a se abrigar. Nesses casos, só o principal executivo daquela fábrica ou daquela organização tem a prerrogativa de mudar essa situação agindo com coragem e desprendimento, ativando e motivando os profissionais a reportarem esses eventos, capacitando-os, criando condições de controle e resposta de forma que o sistema não seja entendido como uma forma de punição e controle. Dessa forma transformamos uma bola fora numa bola dentro!

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